segunda-feira, 19 de agosto de 2013

eu vou te sempre amar.
como em setembro.
ou em fevereiro.
ou em março.
ou em qualquer dia em que viva, hei-de sempre viver em ti.

temo por vezes, alimentar-me de ti.
e eu vou ser sempre o corpo tímido, embriagado em litros de vinho, embriagado pelos  teus olhos grandes e pela tua pele.
a tua pele.
hei-de sempre mergulhar em matosinhos.
em agosto.
à tua procura.
vou morrer sempre à tua procura.
e quando o tempo me matar, eu sozinha vou me lembrar de ti. e vou-me odiar por amar apenas uma mulher.
mas acima de tudo vou-te amar.
como em setembro.
em fevereiro.
ou em março.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

que o ego vos rasgue as entranhas e me deixe finalmente dormir.

o silêncio.

o silêncio.

por fim o silêncio.

quinta-feira, 14 de março de 2013

gotohell

não sou nada.
sou o nada.
perto de mim, apenas o nada.
o nada que sou eu, o nada que nunca serás tu.
eu serei sempre um pouco mais nada.
um pouco mais de nada.

um pouco mais de nada me dirás, de que de nada se fez o universo, as flores, os sorrisos e todo o amor que ainda guardo por ti.

quarta-feira, 13 de março de 2013


A serpente mordeu-me as costas e eu ainda sentia.
Trespassou-me os pulsos e o sangue correu por todos os lados.
A serpente mordeu-me por dentro, e pedaços da minha alma correram pela casa toda.
Paralisou todo o meu corpo e eu já nada sentia.

A serpente riu-se ao meu ouvido e esperou até que eu me cansasse de respirar.
Engoliu-me de uma assentada e eu fechei os olhos já lá dentro.

Morri dentro do corpo da serpente e a sua alma ao fundir-se com a minha, criou de novo o mesmo monstro que sempre havia habitado a terra.

De novo, renasci.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

eu morri cedo. eram quatro da manhã, e eu dei por mim morta bem inerte na cama.
saía lentamente do meu corpo.
a carcaça que deixei para trás, jazia branca, quase incolor..
oh a carcaça. oh o meu corpo.
não há agora grande amor ao corpo. não há agora grande amor a coisa nenhuma.

eu morri cedo. eram quatro da manhã.
as almas existem. agora que morri, sou uma alma. afinal sempre tive alma. 

nada interessa. a existência? continuo sem saber se alguma vez existi.

eu morri cedo. eu morri cedo.

já não são quatro da manhã.

sábado, 26 de janeiro de 2013

só mais um café. só mais um café. não devo morrer por mais um café. bebo um café porque espero. bebo um café porque odeio esperar. bebo um café para não saberem que espero. tudo é desculpa para beber um maldito café. sinto o meu corpo a disparar cafeína por todos os poros. eu cheiro a café. a minha mente só pensa no próximo café. mais um, só mais um. quero que o café se levante e fale comigo.


fala comigo

fala comigo

eu sou um monstro e tu apenas um liquido.

e eu sei que ambos estamos cansados de tanto monólogo.

domingo, 20 de janeiro de 2013

adeus rua, adeus rua, adeus, adeus, adeus. os meus pés sangram pelos dedos, e o ardor do meu corpo queima toda a pele que tenho. estou perdida no meio da rua, não sei como cá vim parar. não há um único sinal de vida aqui. ouço gritos na minha cabeça. são fantasmas no fundo do meu cérebro. pensei que os tinha largado, pensei que tinha esvaziado o vulcão que me gritava por dentro . eles dizem que eu não sou ninguém, simplesmente não sou. gostava de o ser. a minha mãe dizia que eu o era.. a minha mãe é um fantasma também. ela, eu e tudo o que me fazia viver não existe mais,nada mais existe para além desta rua e dos fantasmas do fundo da minha cabeça-