quarta-feira, 30 de março de 2011

queimando claramente os pés com lava

ambas as correntes acabaram por seguir o padrão normal da água.

enquanto que eu, ainda mais queimei o corpo na maré vaza, onde jaz suterrado todo o amor depositado em vós.

domingo, 27 de março de 2011

forever in dept with your priceless advice

a senhora azul tinha tamanha esperança em si, tamanha esperança nos outros e tammanha esperança em ti, senhora atroz.

a senhora azul deixou cair o rio, deixou cair o seu maço de tabaco e perdeu para sempre o fumo da tua amizade, senhora atroz.

a senhora azul não quer mais ouvir a tua voz, a senhora azul já não sente mais saudade e tudo o que sentia nada mais é, do que vazio, vazio por ti, senhora atroz.

a realidade só demonstrou, senhora atroz, que os conselhos que lhe deste, sobre outras tantas senhoras, que dizias não serem mais do que mera escória, eram sim, talvez, mais até do que tu mesma, senhora atroz.

senhora atroz, a realidade crua das tuas palavras, só disseram mais uma vez, que todos os preconceitos que sobre ti jaziam, estavam certos e certos e mais do que certos.

aposto sem dúvida, que ao leres estas passagens, acreditarás porém , num misto de atrocidade inocente , que estas palavras se dirigem para outro alguém , para outro alguém que não tu, senhora atroz.

a senhora azul cansou-se do teu sorriso, da tua gargalhada e da tua amizade fugaz.

a senhora azul só deseja que sejas feliz, na tua alegria. não tua inocente alegria.

na tua mentirosa felicidade.

sexta-feira, 18 de março de 2011

rapido

o manto que cobre a cidade é tão tenue que sou capaz de ver por entre a neblina, todos os pedaços de sentimentos pelo mundo repelidos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

onze de março e um ponto de exclamação.

acordo e sinto-me imortal
levanto-me e já não sei quem sou.

estou tão vazia de sentimentos estranhos. gostava de por vezes conseguir interagir de uma forma saúdavel. de uma forma mais ou menos saúdavel.

saudável.

sou tão saudavel que compenso a vida com vicios.

fumo para não estar sozinha.

café para o tempo passar a correr.

comprimido para o humor.

comprimido para adormecer.

mais cedo ou mais tarde haverá uma quantidade de vicios torpes em mim, apenas, e só apenas , para conseguir andar, para conseguir respirar, para conseguir viver.

assim não vivo.

ninguém vive.

assim,

ninguém precisa de viver,

apenas de se manter ,

mais ou menos vivo.

sábado, 5 de março de 2011

desequilíbrio

entro por vezes num mundo de contrários, em que o certo é já incerto e o errado mistura-se com os entre meios.
duvido porém da forma incauta, como sem o saber, por lá entrei. provavelmente cheguei até ele por meu próprio pé. pé esse, que a cada passo se tornava mais denso, mais forte, mais confuso.
tudo me parece desfocado. muito mais concreto seria a minha mente se não estivesse já obstruída com tanta dor ou com tanta intrusão.
sinto os furos e as cordas e as correntes que me prendem ao chão. ao meu lado um vortex luminoso que me tenta sugar até ao seu centro, até uma nova e diferente dimensão.
fecho os olhos . abro-os momentos depois. tudo parece diferente. sinto diferença em todas as pequenas coisas, em todos os pequenos pedaços de vida à minha frente.

-não és real.
- sou real.
- não te sinto aqui.
- mas eu estou presente.
- ouço-te e no entanto estás tão distante.
- nunca estive tão próximo.
- não és real.
- mas sou eu quem te guia.

quarta-feira, 2 de março de 2011

a realidade, a realidade.. só me lembro de sentir a realidade bem junto aos meus dedos para a perder , segundos depois.

nunca antes havia pressentido tamanha falta desse sentimento que tento tantas vezes aniquilar. dei por mim a desejar voltar , voltar ao velho presente, mas na minha cabeça só via passado, passado já transformado em vazio.

e que frio eu senti, quando a dor penetrou em meu corpo ...