quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

sabes, apesar de tudo, eu não te odeio.

e não, não o consigo fazer.

apenas,

morreste atropelada por cinco autocarros plenos de utentes de média idade na minha cabeça.

=)

domingo, 23 de janeiro de 2011

não há palavras que descrevam a dor lacerante dos sentidos ao entender que o mundo não gira todo com a mesma intensidade.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

expansão

não me importo de ser lua se a luz que me iluminar for mais intensa que o próprio sol.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

pensamentos

viva os subsídios, os altos vencimentos, abonos, baixas médicas, loucuras, faltas justificadas, subidas prematuras nas carreiras, docentes, discentes, pessoal dependente, lê, respira, lê não respires, sossega, para a rua, lê, sossega, murmura, sensível serás, atroz te tornarás, no próximo, horrível, magoado, intervalo, fuma, fura, respira, cigarro fumado, perpetuado, entrada, sala docente, macabro, salário mal parado, não sabes, não falas, teste, próxima semana, bastilha, frança, marcador no quadro, caderno, caro, lapis aguça, montanhas de trabalhos, telémovel, telémovel, sentes-te rejeitado, de novo, magoado, de novo, massacrado pelos colegas, declaras,não pagas, almoças , não pagas, adeus , não há nada, vida, esforço, a mentira dura pouco, nos desenhos, tua alma, tentas, tentas, falhas, não consegues, inventas, não entendes, nasces de novo, nasces sozinho, vivas os subsídios, os altos rendimentos...

domingo, 16 de janeiro de 2011

os meus sentimentos são todos ambíguos. sinto, sinto e sinto. nada mais que isso. sinto também o pensamento latejante , pulsante , lacerante que pulsa desde os ossos até às veias.
na tristeza sucumbo ao poder que o meu fogo produz. o fogo lento consome quase sempre ( e para sempre ) o núcleo inconstante da minha alma.
já não tenho tempo para nada. não tenho já fome para nada. já não há vontade para nada.
questiono-me. porquê? ouço a resposta, bem ao fundo. quero perguntar de novo. não julgar e saber de facto e em facto a resposta à minha dúvida.
julgo saber no entanto que o meu texto corrido em nada ajuda à minha angústia. sinto-a há já alguns minutos. minto, horas. não, não, talvez já há anos. já tudo me parece demasiado confuso para me precipitar agora em nexos lógicos.

julgo manter esperança numa especie de salvação. num braço amigo. na ajuda suprema da valorização. acredito demasiado no ser humano, acredito demasiado no amor humano.

talvez seja o amor, o poder que me mata.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

não quero mais sonhar.
nem lutar contra o mundo,
e contra mim.

vou desistir em breve, tal e qual um barco a afundar-se.

nao existem mais forças dentro de mim.

nem mais marés.

existe apenas uma revolta interior que mancha de dor o meu presente.

os meus pés estão descalços, o frio mata o meu corpo. sinto frio na alma e esse frio é ainda pior que o frio corporal dos dias de inverno.

sinto um gelo aterrador.

estou bastante conformada já com esta minha categoria inferior de pensar ou de agir. só me resta já desistir de verdade.

escuro. só vejo escuro.

e lágrimas salgadas que constroem a cada minuto o meu fado interior.

domingo, 2 de janeiro de 2011

ilusão

hoje é dia 2. é meio dia. missa na tv. tédio na tv. desgraças com sorrisos na tv. ódio e terror na tv. a minha avó está a ver essa mesma tv, e eu acabei de a desligar na minha mente. quem me dera que se desligasse também na realidade.
sei o que quero para dois mil e onze. quero me sentir viva, ainda mais viva até que a própria vida. quero sorrir e esperar por ainda mais memórias, com aqueles que mais gosto. gostava que todas as pessoas que fazem parte da minha vida, soubessem o quanto eu as admiro e o quanto contribuem para eu me manter ainda viva.

o quanto fazem para me salvar da solidão que ameaça infernalmente todos os meus dias.

hoje é dia 2 e espero conseguir manter-me razoavelmente saúdavel por mais um ano. bem, mentalmente saúdavel por mais um ano.

tenho medo às recaidas, às minhas horriveis recaidas que por vezes me atiram para o fundo do poço. se há algo positivo nisto, é que uma vez no fundo do poço , parece bastante mais fácil a subida, a subida ao mundo real, o mundo ao qual nunca pareci pertencer.

ainda sonho com a felicidade , com a minha felicidade utópica, ainda espero por ela.

"Há apenas uma consolação: uma hora aqui ou ali em que as nossas vidas parecem, contra todas as probabilidades e expectativas, abrir-se de repente e dar-nos tudo quanto jamais imaginámos, embora todos, excepto as crianças (e talvez até elas), saibamos que a estas horas se seguirão inevitavelmente outras, muito mais negras e mais difíceis. (michael cunningham - as horas)"

um dia sei que vou deixar de sonhar, mas e enquanto essa hora não chega , sonharei o dobro, para compensar tudo o que me falta na realidade.