domingo, 18 de setembro de 2011

a morte

mata-me de um sopro, mas mata-me.

mata-me, até não ouvir mais, do mundo preciso apenas de um final, nada mais do que isso.

insistes e dizes: vive. eu não quero , não posso, e não quero, e de novo te digo: mata-me. cruzas o teu punhal sobre a minha face, mas recuas, a medo e com medo me dizes: vive.

eu perdoo-te, tudo eu consigo por fim perdoar, desde que o teu veneno me corrompa por fim. eu há muito deixei de viver, há muito deixei de te ouvir dizer : vive.

por fim, das tuas lágrimas vislumbro a minha e única resolução. se é de morrer que vivo, mais vale desaparecer.

eu morri mas continuas a caminhar sobre a minha pele, a minha pele tão gasta das memórias, dos dias gastos a viver na sombra e nos buracos, sem conhecer manhã ou luz na alma.

eu morri, e por último te deixo , o meu eco:

"em vão, te prometo meu amor, hei-de sempre viver no silêncio das tuas palavras."

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Nada mais a dizer

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

hoje lembrei-me de quanto posso ainda odiar.

de quanto te posso ainda odiar.

e pensar que um dia foste tudo.

agora já não és mais que um dia.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

se a poesia é a casa
eu quero ser o fantasma
que te persegue em dias
de maior calor

sente, sente meu amor
o fervor
com que a saudade
me faz desejar até ao mais infimo do teu corpo
pedaço divino
que me entregas quando faltam as palavras, quando faltam os beijos, quando falta tudo menos o desejo
pois esse meu amor é imortal
infernal
como o teu sangue corrompido
despido de noite
e vazio, vazio de pudores de menina de liceu

filho da puta de breu
da noite que já nem os olhos enxergo

se sou poeta é para bramir aos céus que te amo
femea fatal impura
desde a cama
até à pedra dura
do chão
onde gemes segredos
segundo perceitos que tu própria inventas ao meu ouvido

dizes: é para ti, para ti que grito poeta

se na amargura confiasse em ti

certamente não seriamos mais corpos mas sentidos.

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"Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.
"

domingo, 4 de setembro de 2011

Fogo

eu tenho força, eu sou a força, a tua força, a dor que trazes no peito. nada mais temo ser, do que fogo para encher todos os teus vazios de força.

nada mais, nada mais sou do que fogo, e se a vida fosse toda a tua água, de certo não mais eu existiria.

eu luto . eu tento lutar. em vão luto, e nada muda. porque no fundo eu sou apenas fumo. apenas cinza, besta vulcanica adormecida.

serei fogo quando atingir bem ao longe a tua calma.

serei fogo quando vencer sozinha a tempestade.

serei fogo quando as minhas mãos queimarem o meu coração gelado.

serei fogo quando o mar se abrir, quando tudo se misturar em mim.

so assim,

serei fogo, serei fogo em ti.