sábado, 5 de março de 2011

desequilíbrio

entro por vezes num mundo de contrários, em que o certo é já incerto e o errado mistura-se com os entre meios.
duvido porém da forma incauta, como sem o saber, por lá entrei. provavelmente cheguei até ele por meu próprio pé. pé esse, que a cada passo se tornava mais denso, mais forte, mais confuso.
tudo me parece desfocado. muito mais concreto seria a minha mente se não estivesse já obstruída com tanta dor ou com tanta intrusão.
sinto os furos e as cordas e as correntes que me prendem ao chão. ao meu lado um vortex luminoso que me tenta sugar até ao seu centro, até uma nova e diferente dimensão.
fecho os olhos . abro-os momentos depois. tudo parece diferente. sinto diferença em todas as pequenas coisas, em todos os pequenos pedaços de vida à minha frente.

-não és real.
- sou real.
- não te sinto aqui.
- mas eu estou presente.
- ouço-te e no entanto estás tão distante.
- nunca estive tão próximo.
- não és real.
- mas sou eu quem te guia.

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