sexta-feira, 25 de maio de 2012

"escreve-me."- e eu fecho os olhos e tento-me lembrar de tudo. tento lembrar-me do seu rosto e de tudo o que vi no seu brilho. mantenho o meu corpo pousado no seu abraço. no seu abraço sem tempo, que me dava quando ainda as horas paravam à nossa passagem. e no nosso abraço havia tudo menos o tempo.

fecho os olhos sabendo que afinal os relógios existem. mas por agora tudo parou. porque ao escrever-lhe sei-me parada num sitio onde os minutos duram meses e onde eu posso adormecer sem medo no seu pequeno abraço. sem medo de adormecer por fim.

fecho os olhos e tento -me lembrar de tudo. não me lembro. não me lembro de nada. apenas de sentir tudo e de não pensar em nada. e de fazer apenas o que a vontade me obrigava.

fecho os olhos e vejo. tento guardar na memória o ultimo resto de inércia a que o meu corpo se prendeu. tento . tento. mas acabo por me esquecer. acabo por sentir sem o pensar talvez. tudo parou no segundo em que te senti.

abro os olhos. vejo a sua luz. não me lembro de nada e pouco importa. "escreve-me"- grita de novo, e sem pensar, começo um novo parágrafo.

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