quarta-feira, 20 de abril de 2011

comme des enfants

espero pela má fortuna. espero que me apanhe. espero que me prenda e me amarre.

espero que fiques e que não fiques, mas que te vás embora depois para voltares no momento a seguir. espero pela solidão de quando não te vejo e pela alegria de te poder abraçar novamente.

e como eu sei que tudo o que não te dou, tu me dás de volta.

e como eu sei que nada do que eu faço grita amor. mas mesmo assim, insistes em voltar.

e como eu sei que a dureza das minhas palavras corroem a tua boca e os teus sentidos.

e como eu sei que corro mais rápido, e que os teus pensamentos voam a mil, a mil e um quando me vês.

e eu sei de tudo o que vejo. e eu sei de tudo o que não vejo. porque eu estou em todo o lado. e ainda assim continuo em mim.

e só em mim.

e brinco e jogo com as palavras e nunca quero dizer o que disse ou o que deixei por soltar, por entre verbos amorfes que te preenchem devagar.

e voam gargalhadas entre piadas de mau gosto, que acabo por inventar. e és feliz e sou feliz por momentos nesse jogo mórbido e putrefacto.

e tu sabes, e eu sei, e toda a gente sabe que te roubo a cada minuto que passa, mais um bocado de ti e o prendo ao meu corpo, e o prendo à minha aura negra e condensada.

e porém, é tão engraçado como apesar de tudo, continuas aqui.

é tão engraçado como isso me faz tão..

.. feliz.



"Il m'aime encore, et toi tu m'aime un peu plus fort
Mais il m'aime encore, et moi je t'aime un peu plus fort"

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