domingo, 13 de setembro de 2015

queimei os meus olhos, meu amor, na fogueira onde os abri pela primeira vez de novo . assim que os abri já só uma sombra, por entre o fogo, a tua sombra , nitida e quente, nada mais do que a tua sombra.
quis fugir do fogo. quis fechar os olhos e nada sentir. mas o fogo seguiu-me pelas ruas. o fogo seguiu-me até casa. o fogo encheu-me o peito e destruiu-me as artérias.

e eu como no mito de Sisifo, condenada para sempre, a passar pelo fogo eternamente.


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