A serpente mordeu-me as costas e eu
ainda sentia.
Trespassou-me os pulsos e o sangue
correu por todos os lados.
A serpente mordeu-me por dentro, e
pedaços da minha alma correram pela casa toda.
Paralisou todo o meu corpo e eu já
nada sentia.
A serpente riu-se ao meu ouvido e
esperou até que eu me cansasse de respirar.
Engoliu-me de uma assentada e eu fechei
os olhos já lá dentro.
Morri dentro do corpo da serpente e a
sua alma ao fundir-se com a minha, criou de novo o mesmo monstro que
sempre havia habitado a terra.
De novo, renasci.
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