não vejo já ninguém aqui. as vozes que ouvia outrora, parecem agora dissipar-se no ar. Tento em vão falar, mas as palavras voam para longe. bem longe de mim. e eu peço que nada piore. mas tudo me mata. e nem mesmo a felicidade permatura dos dias solarengos, aquece a minha alma .
sinto-me confusa. Não vejo ninguém. sinto um medo imenso à solidão.
fumo um cigarro, fumo outro, bebo um café, acordo e volto a dormir. tento comer alguma coisa mas as sombras tiraram-me o apetite. vomito. vomito palavras para o ar e falo sozinha. estou a enlouquecer. e a tristeza que sinto faz-me não sentir nada mais.
ligo a luz do quarto. tento acabar com a forte falta de luz na minha vida. não é suficiente. abro a janela. deixo entrar algum ar. queimo incenso. queimo incenso. queimo incenso. livros no chão, que atropelo. ouço algo dentro de mim a zumbir. cada vez mais forte, cada vez mais intenso. paro de respirar. paro de falar sozinha. as luzes apagam-se por fim.
o som, esse som vem dentro de mim. tudo à minha volta é um vazio. um vazio cheio de nada. e no meio desse nada, eu sou a multidão.
1 comentário:
Não és a única a viver assim.
Sinto particularmente o último parágrafo.
Um beijinho grande,
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