segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Suicidio

somos todos suicidas. a sociedade é composta por milhões de suicidas.

suicidio em massa.

excelente conceito.

nascemos. morremos. o entretanto é relativo. cabe nos a nós julgar, pensar, agir. fazer portanto o destino.

e isso mata-nos.

o pensamento é um conceito soberbo e retorcido. talvez seja fascinante mas não paro de pensar ( ai está a acção posta em prática ) que seja contudo, uma característica suicida.

erro fatal esse de pensar.

pensar em tudo e não pensar em nada.

conclusão: nenhuma.

talvez as minhas palavras sejam a este ponto, derrotistas.

creio que haja uma certa razão para tal. pelo menos do meu ponto de vista. e esse não é de todo o melhor.

mas é o melhor que tenho.

bem, o melhor que tenho é derrotista. contra senso.

o que faz de nós humanos, tirando o acto inusitado de pensar, será o da plena consciência da morte. e o que é que o ser humano faz perante esta dádiva?

"viver a vida ao máximo"

"carpe diem"

"amar como se não houvesse amanhã"

ou seja: morrer mais depressa.

o suicidio da vida é fascinante . não paro de sorrir ao constatar este facto. realidade psicótica esta em que vivemos. realidade em que o que nos faz mal é o que queremos mais.

em que o que nos faz mal é o que nos faz sentir algo como felicidade.

somos uma desgraça.

desgraça.

mas eu gosto de ser uma desgraça.

não perguntem porquê mas aprecio.

aprecio a vida mortalmente.

amo morrer a cada dia que passa.

sentir me mais velha e mais fraca. sentir que o pensamento se constrói a cada manhã.

adoro esse suicidio humano.

que sentimento perverso o de hoje.


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